A série de próteses orgânico-industriais e as expressões que derivaram dessa série foram impulsionadas pela inspiração no conceito wu-wei que, em chinês, além de simbolizar o ato de não-ação pode significar a palavra crise. Quando traduzindo crise é a soma de duas palavras: perigo & oportunidade.

AÇÃO 1 _ Iniciamos este processo com três premissas que miravam a necessidade de estabelecer um estado mais atencioso, acolhedor e afetivo:

a ) Seria possível encontrar inspiração nas plantas consideradas por nós como resistentes (aquelas que crescem entre as ruínas) para deslocar o ponto de vista do perigo para a zona de oportunidades?

b) Adquirindo um novo quadro energético ou biológico mais parecido com o Reino Vegetal seria possível comunicar-se mais profundamente com as espécies deste Reino?

c) Ao criar e operar próteses bio-industriais seria possível experimentar uma alteração de percepção tamanha que equivaleria a uma mutação de espécie?

Consideramos como MATERIAIS de ordem ORGÂNICA vegetais vivos ou em estado de deteriorização, especialmente cobertos por epífitas. De ordem INDUSTRIAL foram utilizados metais (aço) em forma de barras roscadas, parafusos, porcas e arruelas. Esses dois universos de materiais juntos deram origem à dispositivos vestíveis, os quais chamamos de próteses, que obedeceram ao parâmetro da força mínima necessária para ser operado.

De posse dos dispositivos vestíveis passamos para a fase de operação ou manipulação desses apêndices. Após o processo da ação 01 percebo que o CORPO poderia ter sido observado também como um material, dilatando a percepção de fusão, de simbiose ao qual o projeto propõe-se. Observo também nesta primeira ação a contaminação bio-poética e penso como analisar esta camada.

A ação 01 do projeto wu-wei // série – crise levou o nome de experimento cyborg mulher-planta-máquina e foi compartilhado sob forma de exposição/instalação com os dispositivos vestíveis e materiais de coleta e de uma conferência científica + performance no evento Tempo Forte 2018 Carolina Sudati aka Translúcida /Bruta com o ecólogo vegetal João Godoy (pHd) e os artistas associados Leo Ceolin, Jose Bárrickelo e Mayra Azzi. Desenvolvido durante a Residência Artística e de Pesquisa Obras em Construção da ACCC – Associação Cultural Casa das Caldeiras, São Paulo/BR.

/ apresentação da conferência científica ação 01