Antes de chegar a uma performance-instalação, os primeiros experimentos e estudos evocam a zona de investigação, os parâmetros da pesquisa e em algumas vezes as hipóteses a serem percorridas. A transposição da nuvem de ideias para a matéria em diferentes caminhos até chegar aos dispositivos vestíveis, ou roupas-objetos passa por uma criação ficcional. Do cruzamento entre o corpo, o espaço e o vestível nasceu o que inicialmente chamei de FIGURINO/DISPARADOR. O processo cresceu no amor e encantamento pelas matérias. Pedra, madeira, metal. A possibilidade de operar a cena, de ser uma manipuladora e de estar a serviço desses materiais. Começou no contexto teatral, com a Cia BlackOut em 2004 e hoje percebo o quanto já me interessava pelo teatro sem verbo, sem palavra falada no idioma com o qual cresci ouvindo e falando. Assim eu cheguei na dança e é na sua relação com o mover que a investigação encontra maior força de diálogo sobre a expressão.