Aterrar. Alinhar. Sentir.
Permitir através da cena este sentir. No ato.
As atenções voltam-se para o corpo.
Eu sou matéria.
O objeto (e objeto-corpo) é o meu suporte para o fim da ilusão.
Assim como para Craig, por Kantor, a super marionete deve voltar.
O ponto de chegada da investigação é a chegada na transparência.
Isso é utopia? Quero descobrir.
No lugar onde não importa a linguagem. Tudo é cênico.
É diferente da vida. É ficção. E eu ainda não sei o que ela é. Mas é uma expressão. Um viés de expressão diferente da vida não-ficcional. Eu conduzo a história. Nós conduzimos a história. Nós nos entregamos a ela conscientemente.
Só interessa o que vem do coração.
Do coração vem o que interessa.

manifesto escrito a partir da provocação de Robert Steijn.
Tenho encontrado nos estudos em cena um espaço que me instiga muito, onde a expressão das ideias me move. A ficção sempre me apaixonou. Nela encontro a vida.
Atualmente os estudos estão voltados para a relação entre o corpo, o espaço e o vestuário. É um processo que crescendo e que nasce do meu amor e da minha curiosidade sobre a matéria. A possibilidade de operar a cena, de ser uma manipuladora e de estar a serviço de uma história.
Nesses estudos tive encontros instigantes e ao mesmo tempo passos isolados. Começou no teatro, com a cia blackout em 2004 e hoje percebo o quanto já me interessava pelo teatro sem verbo, sem palavra falada no idioma com o qual cresci ouvindo e falando. Vejo que os movimentos e os elementos visuais sempre me encantaram. E tenho me dedicado à exploração deles nesse percurso criativo que caminha desde sempre lado a lado com o processo como intérprete para outros criadores, em diferentes mídias e linguagens.